Pedagogia em vídeo

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Criança fora da Escola


Até mesmo pelo fato de a maioria das causas ser conhecida, é inadmissível o elevado número de crianças e adolescentes fora da escola no Brasil e, inclusive, num Estado para o qual a educação constituiu-se sempre uma prioridade. Recém divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o relatório Situação da Infância e da Adolescência Brasileira demonstra que, só no Rio Grande do Sul, 31 mil alunos em potencial, com idades entre sete e 14 anos, estão sem receber instrução. É um número elevado demais e a sociedade, diretamente ou por meio das instituições que a representam, não deveria admitir a possibilidade de um gaúcho sequer nessa faixa etária ficar sem frequentar a sala de aula. Os prejuízos individuais e coletivos da omissão são consideráveis e até mesmo irreversíveis em alguns casos.

Percentualmente, a proporção de meninos e meninas sem acesso ao estudo parece pequena, pois se restringe a 2,1% no Estado e a 2,4% no país. Em números absolutos, porém, o total corresponde a dezenas de milhares de excluídos, o que é inconcebível para um país e um Estado que dependem de mais educação para expandir sua economia. Se nada for feito para alterar rapidamente esse quadro, quem está sem estudar hoje vai chegar à vida adulta sem o mínimo preparo para lidar com situações banais do cotidiano, como ler e fazer cálculos elementares. Da mesma forma, um trabalhador com um número de anos de estudo inferior à média terá menos oportunidades de encontrar uma oportunidade no mercado formal de trabalho e, menos ainda, de conseguir uma remuneração satisfatória. Essas são algumas razões para fazer com que o poder público aja sem hesitação diante de conclusões dramáticas como a do estudo do Unicef. Quanto maior for a demora, mais crianças e jovens ficarão com o futuro comprometido.Como as causas da ausência em sala de aula são de maneira geral conhecidas, a saída é o poder público atacá-las de imediato. Se os responsáveis pelas políticas educacionais assegurarem o deslocamento e o acesso às instalações da escola para quem tem problemas físicos ou psicológicos, já haverá um ganho importante. Os governantes precisam ainda atacar as falhas na alfabetização, que tendem a afastar alunos da escola, assim como combater o trabalho infantil, assegurar transporte adequado e orientar sobre as consequências da gravidez precoce e do uso de drogas. As famílias, igualmente, devem ser orientadas sobre a importância do estudo e sobre a necessidade de os pais cobrarem persistência dos filhos permanentemente.

Mesmo em países avançados, as estatísticas costumam apontar sempre crianças e jovens sem escola. Mas, no Brasil e no Rio Grande do Sul, essa é uma questão para a qual a sociedade precisa exigir solução imediata, com alternativas pensadas para contemplar caso a caso.

FONTE: ZERO HORA

INFORME DO ENSINO

Nenhum comentário:

Postar um comentário